[em primeiro lugar, deixo aqui a promessa de um regresso mais regular a estas lides das escritas e da cozinha]
Não quero aprofundar muito este assunto, mas a verdade é que, ao longo dos últimos tempos, estou cada vez mais convencida que o nosso sucesso ou insucesso, seja em área da nossa vida for, depende em larga escala da forma como lidamos com as adversidades e os imprevistos. Todos temos planos, mas eu acredito que a vida se encarrega de nos mostrar que não vale a pena perdermos muito tempo a pensar na viagem de sonho, na casa de sonho, no homem (ou na mulher) de sonho, na vida de sonho. Felizmente, ao longo do tempo, vamos aprendendo que nem sempre as melhores feijoadas levam feijões e vamos descobrindo como as fazer apenas com aquilo que temos à nossa disposição na altura.
Faço na cozinha o mesmo que na vida: deixa-me ver o que está na dispensa, que eu prometo que vou dar o meu melhor :)
RISOTTO DE ESPARGOS E COGUMELOS COM QUEIJO DA ILHA
Tinha o frigorífico cheio de cogumelos e espargos, quase a estragarem-se. Também precisava de acabar com um queijo da ilha que estava para ali. Havia uma garrafa de vinho branco aberta e um pacote de arroz para risotto já aberto que me estava a mexer com o sistema nervoso. Achei que todos juntos seriam muito mais felizes.

Quando o vinho evaporou, deitei duas conchas do caldo (que entretanto já estava a ferver) e mexi. E o processo é sempre esse até ao arroz estar cozido: caldo, mexe, quando começa a ficar mais seco... mais caldo! Quando achei que estava cozido (para mim o ideal é quando está cozido, mas ainda dá alguma luta, para depois não ficar demasiado empapado) juntei queijo da ilha (dá ao risotto um sabor mais forte, mas óptimo) e parmesão, ambos ralados na altura, mexendo sempre. Apaguei o lume, e juntei manjericão picado e uma colher de sopa de manteiga e umas gostas de limão espremido.
Quando servi, pus mais um bocadinho de pimenta preta moída na altura e fiz um "desenho artístico" por cima, com redução de balsâmico em creme (compra-se no supermercado, mas também é fácil de fazer em casa). Os pratos ficaram giríssimos (pena não ter a máquina fotográfica operacional) e o balsâmico fica muito bem (confesso que esta aprendi com o Chakall no fim-de-semana passado ;) ).
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