April 24, 2010

Partilhando... (Brie no forno e espetadas de peixe com molho de côco)



Julgo que eles são o meu casal preferido. Cada um deles é já um velho Amigo (no verdadeiro e muitíssimo completo sentido da palavra). E são o exemplo maior (e, infelizmente, raro) do caso em que, ainda que cada uma das partes seja, por si só, enorme, o resultado é maior que a sua soma simples.

Nessa noite, vinham cá jantar a casa. Saí a correr dos meus afazeres (felizmente eles colaboraram e vieram mais tarde porque já me conhecem), e passei no "sítio do costume" para comprar qualquer coisa para o jantar. Cheguei mesmo em cima da hora de fecho e por isso só tive tempo para agarrar num queijo, em pão, num pacote de natas, numa garrafa de "Planalto" (branco, claro), uma caixa de trufas e de petit gateau congelados e, por fim, para passar na peixaria para trazer umas espetadas de salmão, perca do nilo e pimento (recomendo. Mesmo) antes de seguir para a caixa. Gostava de um dia me conseguir ver a fazer compras: entro a correr, vou directa aos sítios, saio a correr. Pelo caminho, deixo cair coisas no chão e bato com o cesto sem querer nas arcas congeladoras, sempre aceleradíssima. Nos dias bons, consigo não chocar com ninguém.

BRIE NO FORNO
Gosto de queijos no forno (e virei aqui partilhar mais vezes, certamente). Desta vez, tudo o que fiz foi mesmo comprar um triângulo de Brie, e pôr num tabuleiro (sem mais nada). Deixei-o no forno um bocado (não faço ideia de tempos nem de temperaturas, faço tudo "a olho" e tentando aprender com os meus erros - eu bem disse que qualqer semelhança entre a minha cozinha e a minha vida... é pura realidade). Levei para mesa duas tacinhas com doce (uma de morango e outra de abóbora), porque a mistura é óptima, mas cada um sabe o que quer. Na mesa, estavam também umas tostas, que são óptimas para servir de base à mistura.


ESPETADAS DE PEIXE COM MOLHO DE CÔCO
As que usei eram espetadas de salmão, perca do nilo e pimento verde, mas também já fiz isto só com perca, ou só com espetadas de salmão. Temperei-as com sal, alecrim, manjericão e um bocadinho de cominhos. Deitei-as num tabuleiro com um bocadinho de azeite, e foram para o forno. Em geral, deixo o peixe sempre um bocadinho menos do que acho que devo deixar... e resulta :) O molho (que servi à parte) fiz da seguinte forma: refoguei cebola e alho. Depois, juntei miolo de camarão. Temperei com sal, pimenta e bastante açafrão (fica tudo cor-de-laranja). Quando estava cozinhado, juntei côco-ralado e, por fim, natas (eu uso "nata light", não só por gostar de contradições, mas também por gostar mais da consistência). Ficou mais uns minutinhos ao lume. Por fim, triturei tudo com a varinha mágica. O molho coloca-se (em quantidade) por cima do peixe e do acompanhamento.
Para acompanhar, fiz arroz basmatti, mas ainda não consegui acertar na melhor maneira de o fazer (sem perder 1 hora entre lavagens, secagens e afins). Quando conseguir, partilho aqui a dica, prometo ;)
Uma boa alternativa às saladas (que as grávidas só comem se forem "amukinadas") são legumes salteados. Eu fiz uns bróculos que, depois de cozer, salteei um bocado com azeite, alho e um bocadinho de cebola. Temperei com pimenta preta e cominhos (os cominhos dao à comida um toque marroquino, experimentem!). 

PETIT GÂTEAU
Sim, eu sei. Não custa nada, é só comprar congelado e fazer. Certo. Mas acreditem que faz toda a diferença fazê-los no forno (não me venham com teorias sobre o microondas e o grill, que não me convencem), e com este bastante quente. Assim, ficam completamente estaladiços por fora, e líquidos por dentro... Fantástico, mesmo. Se usarem um bom "coiso-para-servir-gelado", fazem uma bola gira (eu aconselho que seja de baunilha, e não de nata!). Põe uma folhinha de hortelã, e fazem um brilharete ;)
Prometo que em breve vou tentar fazer uns 100% caseiros, e depois conto como correu...


Já à mesa (nesse dia apenas com tons de preto, branco, beringela e cromado, que resultaram muito bem), falei-lhes das borboletas que vivem na minha barriga e eles falaram-me do "baby-to-be" que vive na "barriga" dela. Partilhámos memórias, visões do mundo em que vivemos (e daqueles que o preenchem), sorrisos, brindes, desejos, e tudo aquilo que nos é tão natural partilhar. Sabe-nos muito bem a certeza que, vivendo histórias alegres ou tristes, iremos sempre ter alguém a quem as contar. 
Soube-me bem vê-los felizes. Soube-me bem dar-lhes a alegria de me saberem feliz. Com tudo isto, o Brie, as espetadas e o petit-gateau, ainda que sejam alguns dos meus pratos preferidos, foram apenas actores secundários.

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