April 27, 2010

"Just focus on the rabbit" (Lasagna de atum)


Quando era criança, sempre me fascinou a história da Alice, a menina que vivia num mundo de fantasia e que, perseguindo um coelho, descobriu uma realidade, afinal, ainda mais estranha (no bom sentido) do que aquela que ela conseguia imaginar.

Quando fui ver a versão recente do Tim Burton (em duas palavras: ge-nial), apaixonei-me pela personagem do Chapeleiro. Louco, porém, com uma docura indescritível e um coração enorme.

Hoje convidei um velho Amigo para jantar. E aos poucos, enquanto a lasagna estava no formo, falámos da viagem que cada um de nós fez ao País das Maravilhas e de como, sem darmos por nós, perdemos o Coelho, e nos vimos completamente fascinados pelo Chapeleiro.

Há imensas coisas que não conseguimos explicar. Uma delas, é esta força que nos une a pessoas improváveis e que nos faz sentir tão vivos. Não sabemos explicar, nem sequer tentamos. No nosso País das Maravilhas, vamos deixando que nos vistam vestidos bonitos e nos ponham chapéus extravagantes. Não tentamos perceber, nem lutamos contra isso.
Todos sabemos que há forças contra as quais não vale a pena lutar.

LASAGNA DE ATUM
Não fazia há alguns anos... e no entanto, apesar do meu receio, lembro-me perfeitamente da receita, de tantas vezes a repetir, com imenso empenho.
É muito simples de fazer, porém, não aconselho a que a façam muitas vezes (sob pena de verem um aumento significativo tanto nos níveis de colesterol, como no tamanho da roupa). Não é de todo saudável, ok? :)
Numa frigideira, comecei por refogar cebola e alho (ambos bem picados). Quando estava tudo douradinho, juntei uma lata de atum (das grandalhonas). Com a colher de pau, fui desfazendo o atum e misturando bem no refogado. Depois juntei polpa de tomate, e deixei cozinhar. Por uma questão de simplicidade, daqui para a frente esta molhenga fica conhecida como "o atum".
Se tivesse paciência (e tempo) teria feito molho bechamel. Como não tive, comprei feito (usei dois pacotes).
Há gostos para tudo. Eu gosto da lasagna com camadas fininhas entre as placas de massa e com bastante queijo (se é para desgraçar, é para desgraçar a sério! Meias-desgraças não são comigo!). Portanto, para mim, o truque está em fazer camadas fininhas de recheio e espalmá-las quando se põe as placas... e ser generoso no queijo.
Untei o pirex com um bocadinho de azeite, e fiz uma primeira camada com o atum e um bocadinho de bechamel (misturei já dentro do próprio tabuleiro). Tapei esta primeira camada com a massa (eu uso da Milanesa, que é sem dúvida a que gosto mais; Não a cozo nem lavo antes de usar, porque gosto da lasagna "al dente"). A partir daqui, é ir alternando entre o bechamel e o atum e, em cada camada, juntar queijo ralado (eu uso mozarella e emmental e posso dizer que gastei um pacote de cada - lá está, se é para desgraçar.....). (NOTA: O emmental é non-negociable! Não se pode substituir por outro queijo, jamais, em tempo algum). A última camada tem de ser de bechamel. Para terminar em beleza, ponho bastante emmental por cima (bastante mesmo, para formar uma camada quando fôr ao forno) e faço uns bonecos ou escrevo coisas com ketchup (que dá um gosto meio adocicado à coisa e que permite personalizar).
Forno, desprezo... e já está! Quando a lasagna começar a ficar com bom aspecto, está pronta para contribuir para sermos pessoas menos saudáveis... :)

4 comments:

  1. Falta açúcar.

    Desculpa a honestidade, mas se bem me lembro a receita tinha mais açúcar e menos lágrimas.

    Beijo

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  2. Mau.

    Pronto, então é assim: cedo num ponto, no outro não.
    1 - True! Esqueci-me do açucar (que eu dantes punha no atum, para disfarçar a pimenta que alguém dizia que não gostava... e que desta vez não pus :) ). Podem pôr uma colher de sopa de açucar no molho, fica bem e corta o ácido do tomate.
    2 - Lágrimas? Minhas, só se fosse quando estava a descascar as cebolas (porque nunca me lembro de o fazer debaixo da torneira).

    Maricas és tu pah!

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  3. :) Gostei da pie, mas um dia experimento esta! bjs S.

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  4. Empadão de atum também é de comer e chorar por mais!

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